Relacionamento do casal vs Relacionamento Bebé-pais – Resolução de Conflitos

As relações interpessoais implicam a existência de duas pessoas com características únicas, como tal é normal que surjam situações em que não se encontrem de acordo, podendo isto dar origem a um conflito. No entanto, contrariamente ao verbalizado no senso comum, o conflito poderá ser ele mesmo um processo de mudança, fortalecendo assim a relação. Por outro lado, um conflito poderá permitir a libertação de emoções, mal-entendidos e ressentimentos que de outra forma se iriam acumular internamente nos elementos da relação; ao comunicarem há uma partilha dos problemas mais importantes e conhecem melhor o outro e a si próprios. Como tal essencial pensar o conflito como algo inerente à própria vida, que faz parte das nossas interacções.

Os conflitos podem surgir de opiniões, métodos e objectivos diferentes, assim como na sequência de incompatibilidade na forma de agir, de valores, de ideias, sentimentos ou emoções.

Ninguém nasce com o conhecimento das técnicas de resolução de conflito. Toda esta aprendizagem é realizada na infância, o bebé teve de aprender a adaptar-se às mudanças do meio para sobreviver, melhorando as técnicas de resolução de conflito com as aprendizagens e com as situações que vai vivenciado ao longo da vida.  Como resolver um conflito com alguém que nos é muito próximo? Primeiramente é necessário ter presente que não se deve falar “a quente”, ou seja, quando as emoções fortes ainda estão de tal forma presentes que podem influenciar o pensamento negativamente, levando a discussões sem sentido, onde são verbalizados temas que serão fonte de arrependimento. As questões do tempo (para pensar, para falar) e do espaço (sem interferência de terceiros) são fundamentais, de forma a permitir uma partilha a dois sem interrupções.

Um estudo recentemente publicado na Universidade de Minnesota nos Estados Unidos da América indica que a habilidade de os casais resolverem os seus conflitos pode estar relacionada com o tipo de relacionamento que cada um dos membros do casal tinha com os pais durante a infância. Os investigadores apuraram que os adultos que desfrutaram de boas relações com os progenitores durante a infância se demonstraram melhores na resolução de conflitos. De acordo com estes investigadores, isto poderá estar relacionado com o facto de os progenitores terem auxiliado as crianças a regular as suas emoções negativas, como tal ao longo do seu desenvolvimento tornaram-se mais competentes na regulação das suas próprias emoções depois de um desentendimento ou uma discussão. Neste estudo, os psicólogos verificaram ainda que, de igual modo, os adultos que gozaram de uma infância insegura podem aprender com o companheiro emocionalmente mais equilibrado a resolver os conflitos de uma forma mais adequada, melhorando o relacionamento. Assim, de acordo com estes investigadores, as pessoas mais inseguras podem ser auxiliadas por um companheiro emocionalmente mais equilibrado na resolução dos conflitos.

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