Felicidade familiar e a importância do carinho

Na sequência do post anterior, recebi alguns e-mails de pais a questionarem-me a “quantidade” de carinho que devem dar aos filhos. 

Ao longo da minha vida profissional e pessoal, ainda não conheci um adulto (nem uma criança) que refira ter-se sentido “amado de mais”, antes pelo contrário, na minha opinião existe um número surpreendente de pessoas que se sentem e sempre se sentiram pouco amadas e valorizadas, inclusive pelos próprios pais. 

O amor dos pais para com os filhos deverá assentar em três pilares: respeito mútuo (que nunca é demais), autonomia e protecção. 

A protecção deve ser máxima quando o bebé nasce, nos primeiros dias de vida ele precisa que alguém o auxilie a realizar todas as necessidades básicas. No entanto, ao longo da vida dos filhos, os pais devem tender a dar-lhes cada vez menos protecção, deixá-los escolher o seu próprio caminho, caso contrário existe o risco de asfixia (protecção a mais)… e depois surgem adultos que não se sabem proteger a si mesmos. Por outro lado, os pais também tem o dever de proteger as crianças dos outros e de si próprias, quando ainda não tem capacidades para tomar determinadas decisões. 

A autonomia também deve ser dada de forma doseada. Se o jovem sentir que tem demasiada autonomia… poderá não o transmitir directamente aos pais mas sentir-se-á abandonado, acompanho vários jovens que, ao contrário do que os pais pensavam, terem sido muito liberais e terem-lhes permitido escolher livremente não foi sentido como amor e confiança mas como abandono e desinteresse. Por outro lado, os pais também tem de encontrar uma forma de não perpectuar com o sentimento de dependência eterna  por parte dos filhos, devem apoiá-los, sempre, mas permitir que se autonomizem. 

Assim, como diz João Paiva e Jacinta Paiva: Educar é educar-se.

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